sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Adeus Janeth.

A história da Janeth se confunde com o (pouco) que eu sei sobre basquete. Desde que eu comecei a acompanhar e jogar o esporte com a bola laranja e duas cestas, ela faz parte do imaginário da torcida. Se no masculino eu queria ver Michael Jordan, Oscar e Scottie Pippen, no feminino quem dava show era o trio Paula, Hortência e Janeth. A primeira lembrança é o Pan de 91 em Havana, com aquela a imagem marcante de Fidel entregando a medalha no pódio.E lá estava a Janeth. Na Olimpíada de 92, pela primeira vez a seleção feminina se classificou para os Jogos. Sim, ela também estava lá. Assim como esteve no mundial de 94 na conquista de um título inédito. Os jogos eram de manhazinha, era difícil de acompanhar. Dois anos depois, em Atlanta, mais uma vez aquela geração foi a primeira a conquistar alguma coisa. A prata valeu ouro, mas a derrota foi triste. Bem, vocês sabem quem estava lá. Os anos continuaram passando e a Janeth resistia, como se fosse uma testemunha da própria história. Ela foi a primeira brasileira a jogar na liga profissional feminina norte-americana. Ganhou o bronze em Sidney. Conduziu uma transição bem-sucedida de gerações na seleção - ao contrário do que ocorreu com o masculino pós-Oscar. A cada competição, eu me perguntava, com um misto de espanto, incredulidade e orgulho: "mas ela ainda joga". Jogava, e como. Disputou sua quarta olimpíada em Atenas e chegou entre as quatro melhores do mundo. Ano passado, no mundial de São Paulo eu a vi pela primeira vez. Como repórter, não como fã. A resposta dela, após uma lesão no tornozelo me surpreendeu. Aos 37 anos, avisou que jogaria nem que precisasse engessar o pé. Hoje, ela se despede. Adeus.
Matéria tirada do site http://z001.ig.com.br/ig/63/40/917480/blig/naredinha/2007_07.html

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